Escritora Mércia Souza

 Nós vivemos em uma época, onde as pessoas tem medo de sentir, tem medo dos próprios sentimentos e dos sentimentos do outro. Perdemos a capacidade de reconhecer que uma das melhores coisas que pode nos acontecer é alguém se apaixonar por nós. Temos medos, defeitos, uma história muitas das vezes cheia de marcas, e alguém se apaixona por nós assim mesmo, em pouco tempo essa pessoa está deixando seus momentos de diversão para nos encontrar, está ansiosa para receber uma mensagem nossa, isso é maravilhoso, é divino, no entanto, quando as pessoas se revelam como alguém apaixonado, o outro se afasta rapidamente. Por outro lado nós temos medo do amor, medo de o outro ao se afastar vai tirar de mim esse sentimento.  Amar é uma capacidade minha, se eu mandei mensagens o tempo todo, se eu sou romântica, se eu o amo a ponto de me adaptar ao outro, isso é algo meu, se o outro não quiser aceitar, devemos agradecer, eu sou alguém capaz de amar, isso é divino. Vejo também a covardia diante dos sentim

 Tenho questionado certas mudanças, perdas de valores, mudanças de valores. Para a maioria das pessoas hoje, o que tem valor é um corpo bonito, não a pessoa em si, pessoas que são escolhidas ou valorizadas de acordo com seus bens pessoais ou pela estética. Recentemente, em uma conversa com alguns amigos, quando eu disse que não acredito mais em relacionamentos, pois, me parece que os homens não querem compromisso, querem mulheres perfeitas, ouvi de um amigo, homem, que as mulheres só querem homens malhados e com carro, o outro me disse que nós mulheres não queremos compromisso.  Sorri e disse, é exatamente o que nós pensamos de vocês. A conversa continuou por um tempo e percebi o quanto, eles também estavam machucados. Observei que com tantas mudanças de valores, mudamos também como iniciar um relacionamento. Antes, quando olhavamos para alguém que chamava nossa atenção, já iniciavamos o namoro, para nós o namoro servia para conhecer a outra pessoa, os gostos, o jeito, a forma de agir,